domingo, 20 de setembro de 2015

LIÇÃO 12 – EXORTAÇÕES GERAIS - 3º TRIMESTRE DE 2015




Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.
Os velhos, que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, no amor, e na paciência;
As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem;
Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.
Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados.
Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade,
Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.

(Tt 2.1-8)


INTRODUÇÃO

Na lição desta semana, estudaremos as
“Exortações Gerais” do apóstolo Paulo a Tito. Quando Paulo escreveu o
capítulo de número cinco da primeira carta a Timóteo, ele dissertou acerca do tratamento sentimental e harmonioso que deveria existir entre a família de Deus, isto é, o relacionamento interpessoal entre as diversas faixas etárias da igreja local. Já no capítulo de número dois da carta de Tito, o apóstolo da ênfase nas recomendações, a estas mesmas faixa etárias, nesta feita, sobre a conduta ética esperada por elas. Na visão paulina, exortar estes grupos da igreja local, a se portarem em conformidade com o Evangelho de Jesus Cristo, era um dos indicadores que deveriam ser observados para o êxito da
organização da igreja.



I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA EXORTAÇÃO
Segundo o dicionário Aurélio,
“exortação” é o ato de exortar, animar, estimular, incitar, encorajar”
(FERREIRA, 2004, p. 855 – acréscimo nosso). Teologicamente, conforme Andrade, “exortação”, do latim,
“exhortationem”
, não significa necessariamente repreensão ou reprimida. Antes de mais nada, é o fortalecimento
espiritual dos santos através da ministração da Palavra de Deus (2006, p. 180).

1.1. A exortação é um dom de Deus (Rm 12.8).
“Esta dádiva é a capacidade sobrenatural concedida pelo Espírito Santo,
que capacita o líder cristão a chamar efetivamente outros a obedecer à verdade de Deus e a segui-la. Pode ser empregado de maneira negativa para admoestar e corrigir quando relativo ao pecado (2Tm 4.2), ou de maneira positiva para encorajar, consolar e fortalecer os cristãos que estão enfrentando lutas (At 14.22; 15.30-32; 2Co 1.3-5; Hb 10.24,25)”  Somos instruídos pela Palavra a exercer este dom, uns aos outros (1Ts 5.11; Hb 3.13). O apóstolo Paulo chega a dizer, por inspiração divina, que o dom de profecia tem como um dos objetivos, a exortação (1Co 14.3). Vejamos na tabela abaixo, alguns homens de Deus que exerceram este dom:

Nº PERSONAGENS DESCRIÇÕES REFERÊNCIAS
1
Pedro “Exortou a se salvarem desta geração perversa” At 2.37-41
2
Barnabé “Exortou a perseverar na graça” At 13.43
3
Paulo “Exortou os seus companheiros a persistirem no ensino” 1Tm 4.13; 6.2; Tt 2.6, 9, 15
4
Timóteo “Exortou a igreja em Tessalônica” 1Ts 3.2
5
Tito “Exortou a igreja em Corinto” 2Co 8.6

II – A PERSPECTIVA PAULINA QUANTO A CONDUTA CRISTÃ DOS CRETENSES

Paulo admoestou o seu representante em Creta, de que os membros desta igreja, deveriam ter uma conduta cristã, respaldada no Evangelho de Jesus Cristo. Ao requerer de cada um dos grupos que observe um alto padrão de conduta, o apóstolo está preocupado tanto com a boa reputação da igreja quanto com o avanço do evangelho num ambiente de moralidade duvidosa. “A família cristã era algo novo no mundo pagão. E era inevitável que certos maus costumes, maus hábitos e maus princípios viessem a desenvolver-se, na vida do grupo comunitário” . Em Tito 2.1-8 o apóstolo comentou sobre vida prática que era essencial para o crescimento da igreja local. Ele não tentava mudar o sistema; em lugar de fazer isto, ele procurava transformar o comportamento das
pessoas dentro dos sistemas. Por meio de Tito, Paulo estava plantando sementes de transformação significativa em cada aspecto da vida em Creta. Mas tudo dependia da verdade da mensagem do Evangelho 

2.1
“Quanto aos homens idosos...” (Tt 2.2 – ARA). Homens com mais de 60 anos de idade”  que “por serem membros maduros da comunidade e exemplos para os homens mais jovens,
Paulo recomenda que estes devem ter os seguintes requisitos:

(1) Sobriedade: No grego temos 'nephalios', isto é,
'moderado' em tudo... Sua forma verbal é
'nepho', 'ser sóbrio', 'ser auto controlado', 'ser bem equilibrado' (1Tm 3.2,11);

(2) Gravidade: No grego é 'sermnos', isto é, 'respeitoso', 'nobre', 'digno'; (3) Prudência: No grego é 'sophron', que quer dizer 'prudente', 'refletido', auto controlado. Em sua forma nominal temos a famosa virtude grega da 'moderação', que deveria controlar todas as ações, impedindo os vícios de excesso e de deficiência”

2.1.1 A tríplice saúde dos homens idosos.
No grego a expressão “saúde” é 'ugiaino' que significa 'saudável'; os homens
mais experientes devem demonstrar saúde em três campos:

(a) Na fé - 'fé objetiva'; aquilo em que se crê, 'credo', a saber,
a 'teologia paulina ortodoxa', mais exatamente. Os homens mais idosos devem ser ortodoxos naquilo em que creem, porque isso e saudável, em contraste com a doutrina doentia dos hereges gnósticos; 'fé subjetiva', isto é, o próprio ato de crer, de confiar, de entregar a alma aos cuidados de Cristo (Hb 11.1); 'fé como uma virtude', o que é apenas a fé subjetiva
na ação diária (Rm 1.17; Gl 5.22);
(b) No amor - o amor é a mais elevada de todas as virtudes e qualidades espirituais do
cristianismo, sendo fruto do Espirito (Gl 5.22);
(c) Na paciência – Paciência aqui tem ideia de 'resistência', de
'constância', especialmente para indicar essa atitude de alguém que sofre a pressão das perseguições (Rm 5.3,4; 8.25; 15.4,5; 2Co 6.4; 12.12; Cl 1.11; 1Ts 1.3; 2Ts 1.4)

2.2 “Quanto as mulheres idosas...” (Tt 2.3 – ARA). Paulo admoesta que estas mulheres devem ter o seu estilo de vida apropriado, digno, merecedor de honra, próprio das mulheres cristãs. Elas precisam ser:

(1) Sérias no seu viver: No grego é 'katastema', que aponta para 'conduta', 'comportamento' , 'maneiras'. Portanto, as mulheres mais idosas deveriam ser 'reverentes em sua conduta', não se deixando levar ao redor pelo mundanismo;

(2) Não caluniadoras: O original grego usa o vocábulo 'diabolos', um dos títulos dados ao próprio Satanás (1Tm 3.6); temos aqui o típico 'pecado feminino', em que tantas mulheres (mas também tantos homens) se deleitam em provocar a queda de outrem, para se
sentirem superiores;

(3) Não dadas ao vinho: O alcoolismo era um problema sério na sociedade pagã, e a igreja cristã
não estava isenta deste problema, por isso a recomendação;

(4) Mestras do bem: Em outras palavras, as mulheres idosas devem ser mestras de 'coisas boas', da 'sã doutrina', da 'correta conduta cristã', em tudo quanto nisso esta implícito. E isso tanto na igreja (1Tm 2.11), como no lar, e também nos lares das mulheres mais jovens e de seus filhos

2.3 “… as mulheres novas...” (Tt 2.4). O apóstolo descreve o comportamento específico para este grupo de irmãs, além das mesmas demonstrarem prudência como os citados acima, de serem moderadas, submissas e leais aos seus maridos elas devem ser:

(1) Amante da família: “... ensinem as mulheres novas... a amarem seus maridos, a amarem seus
filhos” (Tt 2.4). “O desejo e o propósito de Deus para a esposa e mãe, é que a sua atenção se focalizem na família. O lar, o marido e os filhos precisam ser o centro dos interesses da mãe cristã; essa é a maneira que Deus lhe determinou para honrar a sua Palavra (Dt 6.7; Pv 31.27; 1Tm 5.14). As tarefas específicas que Deus deu à mulher, no que diz respeito à família, incluem:

(a) Cuidar do filhos que Deus lhe confiou (1Tm 5.14); 
(b) ser auxiliar e fiel companheira do seu marido (Gn 2.18);
(c) ajudar o pai a formar nos filhos um caráter santo, e adestrá-los nas coisas práticas da vida (Dt 6.7; Pv 1.8,9; Cl 3.20);
(d) ser hospitaleira (Is 58.5-8; Lc 14.12-14; 1Tm 5.10); 
(e) usar sua capacidade prática para atender às necessidades do lar (Pv 31.13,15,16,18,19,22,24);
(f) cuidar dos pais idosos no seu lar (1Tm 5.8; Tg 1.27)

2.4 “Quanto aos moços...” (Tt 2.6 – ARA). O apóstolo passa recomendações aos rapazes acima de 12 anos de idade que estes “... em todas as coisas, sejam criteriosos” (Tt 2.6 – ARA) a expressão “...em todas as coisas..”, alude 'no tocante a tudo'. “Em tudo eles deveriam ser “criteriosos”; no original o termo 'sophroneo'significa 'ser sério', 'ser sensato', 'ser auto controlado'. Crisóstomo aplica esse mandamento a necessidade de vencermos as tendências para os prazeres estranhos. Diz ele: 'Nesse período de idade, nada é tão difícil como dominar os prazeres indevidos'. Os jovens crentes devem controlar-se, devem refrear-se, para que possam dar um testemunho forte e coerente
em favor de Cristo, não permitindo que qualquer excesso próprio da juventude leve-os a perder o controle sobre as
próprias ações” 


 2.5  Exorta os servos...”
(Tt 2.9). O comportamento esperado dos escravos que eram cristãos nos dias do apóstolo, são os mesmos esperados, nos dias de hoje, pelos funcionários com relação aos seus empregadores. Estes devem tratar os seus patrões com respeito e em tudo agradarem. Dizer que estes não deveriam contradizer significa que eles não deveriam ser teimosos, incontroláveis, ou resistentes à autoridade. Que não deveriam defraudar refere-se a qualquer tipo de
roubo, mesmo aquele que possa ser classificado como um “pequeno roubo”. Eles poderiam ser tentados a se apropriar de “pequenos” itens necessários, mas como cristãos devem resistir a esta tentação, para mostrar toda a boa
lealdade 


CONCLUSÃO
Como vimos nesta preciosa lição, as exortações que Paulo faz a Tito, para que este repasse à igreja local, é de valor imensurável. Cada um de nos somos responsáveis em demonstrar, por meio do nosso procedimento, a eficácia do Evangelho de Cristo. Aproveitemos esta lição para fazermos uma análise introspectiva e, avançarmos no nosso crescimento espiritual.


Fonte : www.rbc1.com.br


domingo, 6 de setembro de 2015

Onde está aquele que é nascido rei dos judeus ? ... viemos adorá-lo




E, tendo nascido JESUS em belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos Judeus ? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo. 

 - Mt 2.1-2


    A história dos magos diz 2 coisas, e as diz em voz alta.
Uma delas é que uma alma que anseia - com  escasso conhecimento teológico - está em melhor condição para encontrar DEUS do que uma alma satisfeita consigo mesma, ainda que profundamente instruída nas Escrituras.

    Os magos eram gentios "separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem DEUS no mundo". Mas eles viram a estrela e deixaram tudo para trás, para empreender a longa e perigosa jornada para depositar valiosos presentes aos pés de JESUS.  Eles agiram com base em pouco conhecimento e encontraram o Messias. Isto é para seu crédito eterno.

   Por outro lado, havia, naqueles dias, principais de sacerdotes, sumo sacerdotes, escribas, advogados, chefes das sinagogas - todos, estudantes preparados e atentos das Escrituras e especialistas na Lei e nos Profetas;  mas até onde sabemos, nenhum deles teve qualquer consciência espiritual de que havia chegado o grande dia da visitação de Israel. Eles poderiam dizer aos magos, instantaneamente, o que os profetas haviam escrito a respeito do seu lugar de  nascimento do Rei, mas seu o seu conhecimento era meramente formal. Eles mesmo permaneceram cegos ao seu verdadeiro significado. Gentios tiveram que vir desparta-los de seu estranho estupor, se é que realmente despertaram, pois há pouca evidência de que tenham entendido os magos ou sabido o motivo de tal comoção.

    A segunda mensagem que a história traz é a de que os sábios vieram até JESUS, não para ganhar dele alguma coisa, mas para dar alguma coisa a Ele.

   Esta circunstância é tão pouco usual que chega a ser quase inacreditável. Devemos sacudir nossas cabeças para dissipar as nuvens de nossas mentes, e esperar um momento, para permitir que nossos pensamentos fiquem claros, antes que possamos entender tal ideia. Ela é extremamente contrária a tudo o que estivemos ouvindo durante a vida toda. Imagine ir a CRISTO com qualquer outro motivo, que não o de receber alguma coisa dele !

Não se sabe muito a respeito dos magos que vieram do Oriente em busca do recém-nascido Rei dos judeus, mas tudo o que se sabe é bom. Eles eram verdadeiramente "magos" ou "sabios" e tinham boa reputação.

      Até onde se sabe esses homens não tiveram a vantagem de uma revelação escrita, como judeus tiveram. Eles apenas buscaram a DEUS, com a esperança de poder encontrá-lo, e pela sua infinita bondade, realmente o encontraram ( apesar de alguma forma eles ja terem ouvido falar a respeito da vinda do Messias ). Pela fraca luz da natureza, auxiliados talvez por uma tradução tomada emprestada dos judeus, souberam que um Rei Redentor viria de Israel, e seus corações conceberam um grande anseio de adorá-lo e depositar algum presente aos seus pés.

   Por mais imperfeita e incompleta que deva ter sido a sua fé, DEUS a honrou e sussurrou a eles a maravilhosa notícia do Advento próximo. O fato de que eles não eram meros sonhadores religiosos de uma torre de marfim é provado pelo fato de que imediatamente decidiram fazer a longa jornada, determinados a seguir a estrela, até que ela os levasse até ao salvador. O exemplo deles é um bom exemplo, e a sua história é nobre e encorajadora para meditar, principalmente nestes dias de letargia religiosa universal.

Fonte : Comentarista Nosso Irmão Teologo Tozer

 - Um acressimo nosso aqui para encerramos, é o que está Escrito em :

" E voltaram os pastores glorificando e louvando a DEUS por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito."

Lc 2.20

sábado, 5 de setembro de 2015

Convém ser Fiel

O Capitulo 37 do livro de Gênesis relata o despontar de um dos maiores exemplos de fidelidade a DEUS em toda a história bíblica: um moço de 17 anos, cujo nome era José. Ainda muito cedo, desenvolveu um relacionamento  diferenciado com o DEUS de Israel, seu pai. Através de 2 sonhos, o senhor revelou-lhe um futuro triunfal e majestoso ( Gn 37. 5-7 ). Mas o que era sonho para José, tornou-se um pesadelo na mente adoecida de seus irmãos. Havendo se destacado entre eles na postura e no caráter, acabou por ser alvo de uma ácida e letal inveja, que desdobrou-se numa maligna conspiração, que materializou-se num cruel e inclemente abandono. José, depois de uma rápida e humilhante estadia numa cova, foi retirado para ser vendido a uma caravana de ismaelitas que rumavam ao Egito. Ainda sem entender bem a repentina inversão que a sua vida sofrera, ele foi levado ao Egito. O ódio mortal de seus irmãos se concretizou através de sua expulsão para uma terra de qual josé não tornaria jamais. Foi dito ao seu pai que o moço havia morrido despedaçado  por uma besta-fera do campo, uma mentira que se tornou verdade na mente do velho Jacó. José, portanto, era um vivo-morto na mente patológica de seus irmãos, e era um morto-vivo na mente inocente de seu pai. Diante de tão desafortunada sorte, é possível que José tenha se perguntado: convém ser fiel ?

    Chegado ao Egito, José foi revendido como escravo a Potifar, eunuco de Faraó. O Senhor dos céus fez o seu servo prosperar na casa de seu senhor egípcio de tal maneira que a bênção transbordou da casa para o campo ( Gn 37.5 ). Ao ver a incontestável realeza  de seu escravo, Potifar o pôs sobre toda a sua casa e José pôde, por algum tempo, respirar ares de liberdade e de relativa comodidade. Ainda restavam dores na alma, mas, ao menos, o quadro obscuro em que se inserira abruptamente  parecia começar a receber alguns tímidos raios de esperança e um novo tempo parecia começar. As coisas estavam assim, quando José  foi novamente  varrido para os cantos sombrios da vida por uma devastadora calúnia. Sem ter como se justificar, José foi parar injustamente na prisão. Diante de tão desafortunada sorte, é possível que ele tenha se perguntado: convém ser fiel ?

         Estando preso, José achou graça diante do carcereiro-mor, e se tornou o "preso-mor". Ele conheceu ali o padeiro e o copeiro-mor de Faraó. Ambos tiveram um sonho, que foram interpretados por José. O padeiro morreu, mas o copeiro foi liberto e voltou a  assistir diante do imperador egípcio. Antes, porém, da soltura do copeiro, José lhe fez uma agonizante súplica: " Lembra-te de min"! Aconteceu, porém, que o copeiro se esqueceu de José, cuja esperança de liberdade e de que a justiça fosse feita naufragava dia apos dia. Diante de tão desafortunada sorte, é possível que ele tenha se perguntado: convém ser fiel ?

        Dois anos inteiros se passaram e passava na mente de José o pensamento de que seria na prisão que ele passaria o resto de sua vida. Um dia, porém, Faraó teve 2 sonhos e ninguém pôde interpreta-los. Foi aí que passou na cabeça do copeiro a lembrança de que o prisioneiro José poderia interpretar, fazendo, assim, passar a agonia  que se instalara no ser do imperador. O prisioneiro foi chamado e interpretou com precisão os 2 sonhos, cujo sentido era um só. José, que até então, estava acostumado com repentinas inversões de cima para baixo, do bom para o ruim, do conforto para a calamidade, vê-se agora diante de uma especie de inversão " inversa" comparadas a todas as outras  que já sofrera. Num momento, José sai do cárcere para o palácio, perde o título de prisioneiro e ganha o de governador. O fato é que a benção de DEUS foi derramada sobre José, e transbordou para todo o Egito, e transbordou para todas as nações,e transbordou para a sua família. Diante de tão afortunada sorte, certamente José exclamou dentro de si; convém ser fiel !

      A certeza de que convém ser fiel está no retrospecto da vida de José e da vida de todos quantos são fieis a DEUS. È no final que se constata que valeu a pena ser fiel desde o principio.

       Se José não fosse fiel a DEUS e aos pais não teria sido invejado pelos irmãos, que não o venderam aos ismaelitas, que não revenderiam a Potifar, que não o lançaria na prisão. Se não fosse para a prisão, não conheceria o padeiro e  o copeiro, se não conhecesse, não interpretaria os sonhos, se não interpretasse, não seria lembrado diante de Faraó, se não fosse lembrado, não se tornaria governador, se não fosse governador , não preservaria sua familia, Israel desapareceria, se isso acontecesse, como o Messias viria ?

             Diante de um retrospecto tão repleto de fidelidade de DEUS e a DEUS, resta-nos apenas nos rendermos, sermos fieis ás convincentes evidências e exclamarmos firmemente : Convém ser Fiel !

Fonte : Jornal ADNews - Edição Agosto - N 41 -
( Palavra Pastoral ) - Pastor Ailton José Alves - Presidente da IEAPE

LIÇÃO 10 – O LÍDER DIANTE DA CHEGADA DA MORTE - 3º TRIMESTRE DE 2015





"Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. Procura vir ter comigo depressa, Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Também enviei Tíquico a Éfeso. Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. Alexandre, o latoeiro, causoume muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão."

2 Timóteo 4:6-17



INTRODUÇÃO 

Nos versículos finais da segunda epístola escrita por Paulo a Timóteo, vemos o apóstolo relatando ao jovem obreiro que a sua morte era certa. No entanto, apesar de estar ciente disso, o servo do Senhor se comporta de forma confiante e esperançosa. Nesta lição definiremos a palavra morte;

destacaremos qual a postura do apóstolo diante do iminente martírio;
pontuaremos quais foram os seus sofrimentos em Roma;
e, por fim, que apesar destes o Senhor Jesus esteve sempre ao seu lado.

 I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA MORTE “No sentido físico, é o término das atividades vitais do ser humano sobre a terra. É vista, nas Sagradas Escrituras como a consequência primordial do pecado (Rm 6.23) (ANDRADE, 2006, p. 270).

 - A morte é também a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), pela qual o homem é introduzido no mundo invisível. A morte acontece apenas uma vez para cada ser humano (Hb 9.27) e, embora seja certa (Jó 14.1,2),

ninguém sabe quando ela chegará (Tg 4.13-15);
mas ela é universal para a humanidade (Gn 3.19; Rm 5.12; 1 Co 15,22).
Essa experiência descreve-se biblicamente como: “dormir” (Dt 31.16; Jo 11.11);
o desfazer da casa terrestre” (II Co 5.1); 
“ deixar este tabernáculo” (II Pe 1.14);
“descer ao silêncio” (Sl 115.17); 
“expirar” (At 5.10);
tornar-se em pó” (Gn 3.19);
e “partir” (Fp 1.23).

Abaixo destacaremos algumas cosmovisões equivocadas sobre a morte e as devidas refutações bíblicas: COSMOVISÕES SOBRE A MORTE DEFINIÇÃO E REFUTAÇÃO Sono da alma Segundo alguns segmentos religiosos, é o repouso proporcionado por Deus ao indivíduo entre a sua morte e ressurreição corporal. Eles não acreditam que, no estado intermediário, a alma permaneça consciente. É fato que a Bíblia denomina a morte física como um sono (I Co 15.51; I Ts 4.13). No entanto, ela também nos ensina que, quem dorme é o corpo, e não a alma (Lc 16.20-25; Ap 6.9-11). Aniquilação Sustenta esta doutrina estarem todas as almas sujeitas à extinção após a morte física. Tal doutrina não leva em consideração as verdades bíblicas e teológicas referentes à imortalidade da alma e à ressurreição dos mortos que, de forma tão clara, é exposta pelos profetas, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelos apóstolos (Dn 12.2; Jo 5.28; I Co 15.58).

II – A POSTURA DE PAULO ANTE A CHEGADA DA MORTE

Paulo em II Tm 4.6-8 apresenta a sua mensagem final ao jovem cooperador Timóteo. O nobre apóstolo estava para ser martirizado por causa de Cristo logo depois de ditar essas palavras. No entanto, apesar de estar prestes a morrer, a postura do apóstolo nos mostra que ele não enxerga tal fato iminente como uma derrota. Suas palavras não são de um cristão frustrado ou deprimido, senão de um cooperador que está concluindo a sua vida física e seu ministério com intensa alegria e fervor. Abaixo destacaremos como o apóstolo reage ante a chegada da morte. Analisemos:

2.1 Ele via seu martírio como um tributo a Deus (II Tm 4.6). A expressão “eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício”, “no grego é “spendomai”, vocábulo esse que indica “oferta de libação oferecida a Deus”. A libação era uma oferenda por si mesma, derramada no chão, em reconhecimento a Deus. Ou então era usada como parte do sacrifício, em que o líquido era derramado sobre o próprio holocausto, mas igualmente em honra a divindade a quem o sacrifício estava sendo oferecido (Lv 9.4; II Rs 16.13)” (CHAMPLIN, 2006, p. 401 – acréscimo nosso). O presente versículo nos mostra que o apóstolo encarava a sua morte, pela causa do evangelho, como um tributo a Deus. Pois ele o fazia de forma voluntária por amor ao Senhor e sua causa, como já havia dito em outra ocasião (At 20.24). “Paulo sofreu o martírio em Roma. De acordo com certa tradição, foi decapitado” (CHAMPLIN, 2004, p. 125 – acréscimo nosso).

2.2 Ele estava convicto de que tinha realizado a vontade divina (II Tm 4.7). Ao fazer um retrospecto da sua vida e ministério, Paulo faz a seguinte declaração:
2.2.1 Combati o bom combate (II Tm 4.7-a). “Para o apóstolo Paulo a verdadeira vida cristã é pintada aqui como uma luta, como uma competição atlética, como uma experiencia árdua e testadora, embora o seu propósito seja elevado, pois há uma coroa a ser obtida. Mas essa coroa só pode ser conquistada por aqueles que lutarem de conformidade com as regras, e assim se saírem vencedores. Ora, isso exige a aceitação do verdadeiro Cristo, conforme é este exposto no evangelho e na doutrina de Paulo; e, por outro lado, exige a negação e a oposição contra os ensinamentos contrários. Também envolve o cumprimento fiel dos deveres cristãos e do ministério da Palavra, em que o crente observa todas as exigências próprias da vida cristã” (CHAMPLIN, 2006, p. 401 – acréscimo nosso).

2.2.2 Acabei a carreira (II Tm 4.7-b). “No grego, o substantivo é 'dromos', que significa 'pista de corrida', onde é efetuada a competição. A vida cristã é retratada como uma longa carreira, como uma maratona, repleta de obstáculos e dificuldades que esmagam aos homens que não possuem a força conferida por Cristo. Nisso não pode haver vitória a menos que o corredor prossiga até a linha de chegada. Esta carreira exige dedicação e coragem, bem como o poder espiritual do Espirito Santo, pois, de outro modo, será inteiramente impossível concluí-la com êxito. Sabemos, com base de tudo quanto encontramos e sofremos, que correr com sucesso a carreira cristã não é coisa fácil. Cristo exige a total dedicação de nossas almas, a outorga da própria vida as suas mãos” (CHAMPLIN, 2006, p. 402 – acréscimo nosso).

2.2.3 Guardei a fé (II Tm 4.7-c). A palavra guardar no grego é “tereo” denota:
(a) “zelar ou velar por, cuidar de, preservar, guardar, vigiar”;
(b) “observar, dar atenção a” (VINE, 2002, p. 685). “Portanto a expressão “guardei a fé” significa que Paulo guardou e preservou a mensagem do Evangelho. O apóstolo tinha convocado Timóteo para guardar o depósito que lhe havia confiado (I Tm 6.20). Ele tinha permanecido fiel à mensagem que lhe tinha sido confiada; ela também tinha sido confiada a Timóteo. Paulo nunca tinha vacilado na sua fé e tinha a confiança de que em breve viveria todas as promessas nas quais tinha baseado a sua vida e o seu ministério”. A Bíblia exorta os cristãos a guardarem a fé, afim de de não perderem a salvação (I Tm 1.19; II Tm 1.13).

2.3 Ele estava cheio de esperança (II Tm 4.8). Prestes a ser morto, Paulo nutria a esperança do encontro com o Senhor e da recompensa que receberia dEle por ter sido um servo fiel “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada”. “Sem dúvida alguma esta conviccão iria servir de ânimo para Timóteo suportar as dificuldades como um bom soldado de Jesus Cristo, que há uma coroa da vida para ele, a glória e a alegria que abundantemente compensarão todas as dificuldades e privações do combate presente. Ela é chamada de 'coroa da justiça', porque será a recompensa dos nossos serviços, que o Senhor não esquecerá, porque não é injusto para esquecer (Hb 6.10). Essa coroa da justiça não era somente para Paulo, como se pertencesse somente aos apóstolos, aos ministros e aos mártires, mas para todos os que amarem a sua vinda” (HENRY, p. 2008, p. 720 – acréscimo nosso).

III – OS SOFRIMENTOS DE PAULO EM ROMA 3.1 Males físicos (II Tm 2.9; 4.13). 

“Em 67 d.C. Paulo foi preso em Trôade e levado de volta a Roma algemado, acabando outra vez no chão frio de uma cela romana. O lugar é um buraco escuro e sinistro, impróprio para ser habitado por qualquer pessoa. Ela não só é pouco atraente, mas também os odores fortes de suor e de sangue seco, comuns em tais câmaras de tortura, ofendem qualquer visitante”.

3.2 Males emocionais (II Tm 4.10; 14-16).  Além de sofrer fisicamente por estar preso, Paulo também estava padecendo emocionalmente. Alguns dos seus cooperadores o haviam abandonado, talvez por temerem sofrer ao lado do apóstolo (II Tm 4.10,14). Dos que estavam com Paulo, somente Lucas permaneceu com ele (II Tm 4.11). Por isso nesta carta ele solicita com urgência a presença de Timóteo e também a vinda de João Marcos (II Tm 4.9,11). 

IV – A PRESENÇA DO SENHOR AO LADO DE PAULO 4.1 O Senhor o assistiu (II Tm 4.17-a). “No grego é 'paristemi', que significa 'pôr ao lado', palavra que faz alusão ao advogado ou testemunha que se põe ao lado de um acusado qualquer e o defende. Era isso que os amigos de Paulo temiam fazer; e isso era o que Jesus, embora invisível aos seus olhos, vinha fazendo” (CHAMPLIN, 2006, p. 408). Como sempre, o Senhor Jesus Cristo nunca desampara aqueles que lhe são fiéis (Mt 28.20; Hb 13.5).

4.2 O Senhor o fortaleceu (II Tm 4.17-b). Além do Senhor estar fazendo companhia ao apóstolo naquela horrenda prisão e no seu julgamento, Paulo assevera que o Senhor o fortalecia. A Paulo foi dada coragem interna a fim de nada temer na presença de seus julgadores; e isso se tornou manifesto em sua palavra e em seu testemunho ousado. Semelhante força em meio as mais árduas tribulações nos prometeu o nosso Senhor (Cl 1.11; I Pe 5.10). 

4.3 O Senhor o guardou para si (II Tm 4.18).  “O apóstolo não esperava agora um livramento físico; pois sabia que seu tempo de partir era chegado (II Tm 4.6,8). Por isso mesmo, olhou para além dos perigos e das vicissitudes terrenas, contemplando o reino celeste, ciente de que Deus o tomaria para si”.

 CONCLUSÃO

Para o verdadeiro cristão, a morte é lucro, pois é partindo para a eternidade que podemos estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.21-23). A Bíblia nos ensina que não devemos enxergar a morte como uma derrota, pois o evangelho ressalta a esperança da ressurreição em Cristo quando a morte será vencida (I Co 15.51-54). 

Fonte : www.rbc1.com.br

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O CUIDADO COM A LÍNGUA




Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.
Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.
Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.
Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana;
Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.
De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.
Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.
Tiago 3:1-12

INTRODUÇÃO

Veremos nesta reflexão os ensinamentos do apóstolo Tiago quanto ao uso da língua. E estudaremos sobre o poder que há neste pequeno órgão; e a força tanto destruidora como abençoadora que podem fluir deste minúsculo membro (Tg 3.1-12). Há um provérbio inglês que diz: “Tu és senhor da palavra não dita; a palavra dita é teu senhor”. Por isso, Davi orava a Deus e pedia: “Põe, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!” (SI 141.3). Tiago se expressa com veemência sobre o poder das nossas palavras negativas, quando diz que a língua usada da forma errada é "um mundo de iniquidade"; que "contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno"; e, que ela é "um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero" (Tg 3.6,8).

I – A CARTA DE TIAGO E O USO DA LÍNGUA

Tiago demonstrou preocupação com os pecados da língua desde o início de sua carta (Tg 1.19; 26). Aqui, no capítulo 3, ele deixa claro que, a exemplo da fé que não evidencia obras generosas, a língua também pode demonstrar uma falta de transformação pelo Amor de Deus. A Bíblia nos mostra que a língua pode ser um instrumento de bênção ou de destruição. Salomão, em Provérbios 6.16-19, elenca seis pecados que Deus aborrece e um que a alma de Deus abomina. Dos sete pecados, três estão ligados ao pecado da língua: “a língua mentirosa, a testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos”. Devemos ter muito cuidado com isso, pois as palavras podem dar vidaou matar:
“A morte e a vida estão no poder da língua...” (Pv 18.21);

 "A língua deles é uma flecha mortal" (Jr 9.8).

Jesus disse que é a língua que revela tudo que há no coração (Mt 12.34-37), e ainda ensinou que o que sai da boca contamina o homem (Mt 15.11), e reflete o conteúdo do coração (Mt 15.18-19).

II – O PODER QUE HÁ NA LÍNGUA EM TIAGO 3.3-12

Tiago compara a língua com um cavalo sem freios, com um navio sem leme que pode bater nas rochas, com uma fagulha que incendeia uma floresta, com uma fonte contaminada, com uma árvore que produz frutos venenosos, com um mundo de iniquidade e com uma fera indomável. Assim como o freio determina a direção ao cavalo, e o leme, ao navio, também a língua pode determinar o destino do indivíduo. Vejamos:

2.1 A língua tem o poder de dirigir (controlar) (Tg 3.3,4). A língua tem o poder de dirigir tanto para o bem como para o mal. Tiago usa duas figuras para mostrar o poder da língua: “o freio e o leme”. Para que serve um cavalo indomável e selvagem? Um animal indócil não pode ser útil, antes, é perigoso. Mas, se você coloca freio nesse cavalo, você o conduz para onde você quer. Através do freio a inclinação selvagem é subjugada, e ele se torna dócil e útil. Tiago diz que a língua
é do mesmo jeito. Se você consegue controlar a sua língua, também conseguirá dominar os seus impulsos, a sua natureza e canalizar toda a sua vida para um fim proveitoso.

2.2 A língua tem o poder de destruir (Tg 3.5-8). Tiago lança mão de outras duas figuras “o fogo e o veneno”. Ele diz que uma fagulha pequena incendeia toda uma floresta. Assim como o fogo cresce, espalha, fere, destrói, provoca sofrimento, prejuízo e destruição, assim também é o poder da língua. O que Tiago está querendo nos alertar é que a língua tem o poder do fogo, o poder de destruir. Como o fogo destrói, também a língua destrói. A picada de um escorpião ou de uma cobra pode ser tratada, mas muitas vezes, o veneno da língua é incurável.

2.3 A língua tem o poder de deleitar (Tg 3.9-12). Tiago disse que a língua tem o poder de dirigir e citou dois exemplos: o freio e o leme. Também disse que a língua tem o poder de destruir e exemplificou com o fogo e o veneno. Mas, agora,Tiago fala que a língua tem, também, o poder de deleitar e citou mais dois exemplos: “uma fonte e uma árvore”. A fonte é um lugar onde os sedentos, os cansados chegam e encontram alento, vida, força, ânimo e coragem para prosseguirem a
caminhada da vida. Assim uma palavra boa: traz alento em meio ao cansaço; traz esperança em meio ao desespero; traz vida no portal da morte . Tiago compara também a língua com uma árvore e seu fruto. A árvore fala de fruto e que é alimento. Fruto renova as energias, a força, a saúde e dá capacidade para viver. Nós podemos alimentar as pessoas com uma palavra boa, uma palavra vinda do coração de Deus, uma palavra de consolo. Isto também fala de um sabor especial. Nós podemos dar sabor à vida das pessoas pela maneira como nos comunicamos.

III - TRÊS COISAS PRECISAM SER DESTACADAS NO PENSAMENTO DE TIAGO 3.6-12
O apóstolo Tiago no texto em apreço está enfatizando o mesmo que Jesus Cristo disse, que a boca fala daquilo que o coração está cheio (Mt 12.34). Se o seu coração é mau, a palavra que vai sair da boca é má. A incoerência da língua está no fato de que com ela bendizemos a Deus e também amaldiçoamos ao irmão, criado à imagem e semelhança de Deus.

Vejamos três ensinamentos sobre o uso da língua em Tiago:

• Em primeiro lugar, “a língua é perigosa” (Tg. 3.6). Ela é mundo de iniquidade, ela é fogo, ela coloca em destruição toda a carreira da vida humana.

• Em segundo lugar, “a língua é indomável” (Tg 3.7). O homem, com o seu gênio, consegue domar os animais do campo, os répteis, e também os animais aquáticos. Doma todas as criaturas do ar, da terra e do mar. Porém, o homem não consegue domar a própria língua. Se conseguisse domar sua língua, diz Tiago, então ele seria um perfeito varão (Tg 3.2).

• Em terceiro lugar, “a língua é incoerente” (3.9-12). Não podemos encontrar em uma mesma fonte água salgada e água doce. Não podemos colher figos de um espinheiro nem espinhos de uma figueira, mas podemos falar coisas boas e coisas más com a mesma língua.

IV - A PERSPECTIVA DE TIAGO A RESPEITO DO USO DA LÍNGUA
Tiago ilustra a natureza perigosa de um órgão tão pequeno quanto à língua. Semelhante ao leme responsável por guiar um gigante em alto mar, ao freio na boca dos cavalos para dominar o seu corpo e, bem como, a faísca que pode incendiar uma floresta, assim é a potência da nossa língua tanto para fazer o bem quanto para o mal. A epístola de Tiago, irmão do Senhor, apresenta a sua mensagem seguindo o modelo do Senhor Jesus, recheada de ilustrações. Suas exortações e repreensões se tornam mais claras, a partir da linguagem que faz das comparações. Eis abaixo alguns
ensinamentos que podemos extrair da carta do apóstolo Tiago:

4.1 “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tg 3.2). Obviamente todos nós já falhamos, já tropeçamos em nossa própria língua. Uma palavra falada é como uma seta lançada, não tem jeito de retorná-la. É como um saco de penas soltas do alto de uma montanha, não podemos mais recolhê-las. Se controlamos nossa língua, controlamos nosso corpo inteiro, e dominamos nossa vida. “Nós tropeçamos, e a Bíblia diz que é um laço para o homem o dizer precipitadamente, pois além
dos estragos provocados na vida de outros e na nossa própria vida, ainda vamos dar conta no dia do juízo por todas as
palavras frívolas que proferimos. Pelas nossas palavras seremos inocentados, ou pelas nossas palavras seremos
condenados”

4.2 Devemos ter muito cuidado com o que falamos para não cometermos injustiças e pecados contra nosso próximo. Sócrates, o pai da filosofia, costumava falar sobre a necessidade de passarmos tudo que ouvimos por três peneiras. Quando alguém chegava para contar-lhe alguma coisa, geralmente perguntava o seguinte: “Você já passou o que está me contando pelas três peneiras? O que você está me falando é verdade? A segunda peneira é: “Você já falou para a pessoa envolvida o que você está me falando?” A terceira peneira: “O que você vai me contar, vai ajudar essa pessoa? Vai ser uma palavra boa, útil, edificante para ajudar na solução do problema?” Se a pessoa não podia responder positivamente ao crivo das três peneiras, então, Sócrates era enfático: “Por favor, não me conte nada, eu não quero saber”
Jesus também nos ensinou esta mesma verdade quando disse: “Digo-vos, pois, que de toda
palavra fútil que os homens disserem, háo de dar conta no dia do juízo. Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt 12.36,37).

4.3 O apóstolo Tiago ensina-nos de forma ilustrada que, para o falar do cristão não ser prejudicial, precisa ser controlado. Pois, pelos freios, os cavalos selvagens podem ser domados (Tg 3.3). Esse freio é domínio próprio, uma das virtudes que compõe o fruto do Espírito - o fruto da disciplina (Gl 5.22). Logo, se o mais desenfreado membro do corpo, a língua, estiver em sujeição a Cristo, então todo o corpo será controlado. Peçamos ao Espírito Santo que ponha guarda na
porta dos nossos lábios (Sl 39.1; 141.3).

CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a nossa língua pode ser um instrumento de Deus para abençoar muitas pessoas, ou do diabo para destruição delas. Para que ela seja usada de forma temperante devemos nos submeter ao domínio do Espírito Santo. Por causa dessa tendência da natureza humana de pecar com a língua, a Bíblia exorta a “todo o homem seja pronto para
ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19). Tiago chegou a dizer, nessa carta, que ninguém pode se dizer religioso sem primeiro refrear sua língua (Tg. 1.27). Se o homem conseguisse domar sua língua, então ele seria um perfeito varão (Tg 3.2). O apóstolo Paulo diz que antes de abrirmos a boca, precisamos avaliar se a nossa palavra é verdadeira, amorosa, boa e edificante (Ef 4.29).

Fonte : www.rbc1.com.br